A história do Hospital Estadual Sumaré remonta a década de 90. De extrema importância para uma das regiões mais desenvolvidas do Estado, o HES-Unicamp teve suas obras retomadas pelo governo Covas-Alckmin em 1998, após 10 anos paralisadas. O investimento total, entre a construção e equipamentos, foi de R$ 54 milhões (US$ 29,3 milhões).

O hospital “Dr. Leandro Francheschinni” é administrado através de um contrato de gestão – com metas de produtividade e qualidade. O convênio é mantido entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) e a Universidade Estadual de Campinas, desde setembro de 2000, data de sua inauguração. Nessa data, o hospital iniciou suas atividades com a entrega de 10 leitos na Enfermaria de Clínica Médica, localizada no sétimo andar.

O projeto piloto de contrato de gestão do Governo de São Paulo envolveu 14 hospitais através de Organizações Sociais de Saúde (OSS), e o HES foi o primeiro no Interior do Estado a atuar dentro desse modelo. O contrato de gestão adotado nos hospitais (OSS) foi baseado em um programa similar da região da Catalunha, na Espanha.

Nessa trajetória, os números revelam a importância do HES-Unicamp para a Região Metropolitana. Desde o início de suas atividades, foram efetuadas quase 150 mil cirurgias, 38 mil partos e mais de 1 milhão de atendimentos. Seu funcionamento permitiu uma expressiva redução da demanda de pacientes atendidos no complexo hospitalar da Unicamp e outros hospitais públicos da região.

Com apenas dois anos de funcionamento, o Hospital Estadual Sumaré foi considerado um dos 10 melhores hospitais do país mais bem avaliado pelos pacientes, garantindo o prêmio de Qualidade Hospitalar – Categoria Nacional, concedido pelo Ministério da Saúde.

O hospital realiza uma média mensal de 1.200 internações, 1050 cirurgias, aproximadamente 6,5 mil consultas especializadas, 1500 atendimentos de urgência, 250 partos (referência alto risco) e cerca de 25 mil exames laboratoriais e 4000 de imagem/mês. A abrangência do hospital é para os municípios de Americana, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara do Oeste e Sumaré.

O hospital tem um moderno projeto arquitetônico que facilita a qualidade do atendimento e o acesso de pacientes e funcionários. Corredores espaçosos, iluminação natural, boa circulação de ar, leitos amplos e arejados, pintura das paredes em cores suaves completam o ambiente da instituição.

Considerado um dos maiores hospitais da Região Metropolitana de Campinas – RMC, o HES-Unicamp conta com 260 leitos distribuídos em um prédio de sete andares com 18.192 m2. Completam a infraestrutura da instituição três anexos administrativos que somam 2336 m2 e uma área de Ensino e Pesquisa distribuída em 813m2. Além disso, o hospital oferece 4.876m2 de estacionamento para funcionários e um heliponto com área de toque de 570 m2.

No contrato de gestão, o orçamento anual é divido em 12 parcelas iguais. Porém, o mais importante é destacar, que o cumprimento das metas de produtividade – 90% parte fixa – estão atreladas as metas de qualidade (10% parte variável). Esse modelo de gestão se fundamenta no sentido de contribuir para o processo de qualidade da instituição e com diversos indicadores como as reduzidas taxas de infecção hospitalar, de notificações de farmaco-vigilância, de cesárea e cesárea em primíparas, CID secundário, relatório de alta, média de permanência, a satisfação do usuário, entre outros.

Todo o planejamento estratégico do HES-Unicamp é permanentemente avaliado, para que os recursos orçamentários e a eficácia da assistência sejam bem dimensionados, na tentativa de se adequar às demandas dos usuários da micorregião. Com a Secretaria Estadual de Saúde são realizadas reuniões a cada três meses, para avaliação do cumprimento de metas pré-estabelecidas no contrato de gestão e análise da variação dos custos operacionais do hospital.

As readequações de fluxo e os problemas assistenciais são discutidos mensalmente entre as secretarias municipais de saúde, diretoria do HES-Unicamp e a Diretoria Regional de Saúde 7 (DRS-7), que juntas definem as demandas micro-regionais. Dessa forma, se estabelece para os municípios as cotas de vagas para agendamentos de consultas, exames e cirurgias, com prioridade para os serviços deficitários nas redes municipais, inclusive com acompanhamento de faltosos por município.

No plano de qualidade, tão importante quanto garantir a lógica de funcionamento do HES-Unicamp baseada em metas de produtividade, reavaliadas a cada ano, foi assegurar uma política efetiva de qualidade com assistência humanizada. Como desdobramento, a diretoria optou pela implementação da Acreditação Hospitalar, sob a supervisão do Instituto Qualisa de Gestão – IQG, a maior certificadora de instituições de saúde da América Latina (Leia mais em certificações).

A condição de estar vinculado à Unicamp, especialmente à Faculdade de Ciências Médicas (FCM), foi um quesito fundamental para justificar o padrão de excelência na assistência e ensino, com reflexos expressivos na saúde regional. A elevação dos patamares de qualidade da instituição passa pela perfeita sintonia no atendimento multidisciplinar oferecido por docentes, médicos, residentes, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais entre outros profissionais. Junto a esses profissionais circulam todos os anos cerca de 500 alunos dos cursos de medicina, enfermagem, farmácia e nutrição (FCA).

No tocante ao ensino e pesquisa, a formação de alunos e profissionais da área da saúde é outro compromisso do HES-Unicamp. Todas as grandes áreas médicas (Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria e Gineco-obstetrícia) com atividades de ensino no hospital, possuem uma chefia acadêmica sob os cuidados de um docente da FCM e uma chefia executiva exercida por um médico assistente. Somando-se aos esforços de hospital de ensino está a qualificação de profissionais da área de saúde da Região.

Outra ação relevante para a manutenção dos padrões de qualidade do hospital foi o contínuo investimento em TI. A modernização anual sistema MV 2000i, que administra as informações geradas em todos os setores do hospital, que prevê num futuro próximo um módulo exclusivo de prontuário eletrônico do paciente com certificação digital. Com a solução MV é possível o acesso a informações gerenciais em tempo real, a otimização de processos operacionais, o aumento de produtividade e o maior controle dos custos.

Ainda no campo da tecnologia, em 2006, o HES-Unicamp foi o terceiro hospital público do Estado e o único na região, a adquirir o sistema digital PACS – Picture Archiving and Communications System. O investimento foi de R$ 1,5 milhão. Em 2008 a administração optou pela incorporação de um tomógrafo Multislice 64 canais. Outro investimento importante para a imagenologia foi a construção do prédio e aquisição do equipamento de ressonância magnética de 1,5 Tesla, totalizando R$ 2,5 milhões.

Na área de desenvolvimento sustentável, em 2010, o HES-Unicamp foi um dos 15 ligados à SES premiados com as melhores ações de qualidade e compromisso ambiental. Também foi a primeira unidade hospitalar pública do interior do Estado, a tratar 98% de todo efluente orgânico através de uma estação própria de tratamento de esgoto (ETE). A entrega da estação foi em 2013 e capacidade é para tratar até 432 mil litros de esgoto por dia.

Como se pode constatar, as inovações no hospital foram muitas em uma década e meia de atividades. São ações que orientaram-se no sentido de contribuir para o processo de otimização do fluxo de trabalho, permitindo diagnósticos rápidos e precisos de qualquer área do hospital. Os resultados obtidos comprovam que o direcionamento de metas e parâmetros de produção e qualidade com menor custo, consolidam esse modelo de administração de um hospital 100% SUS, como referência para o país.